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Censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram a transformação do Brasil em um país cada vez mais urbano. Os dados impactam na mobilidade urbana. Dessa forma, a crise do setor não deve ser solucionada por um único transporte, apontam especialistas. Fala-se em complementação de vários tipos de transporte para que haja melhorias no transporte e trânsito.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) levanta essa discussão com a preparação do evento Mobilidade Urbana – Construindo Cidades Inteligentes, que deve acontecer no fim deste primeiro semestre. Reuniões preparatórias para formatar o encontro são realizadas neste mês e em abril na instituição, que também está produzindo uma série de matérias sobre o assunto.
Dados do IBGE revelam que, em 1950, a população urbana brasileira era de quase 19 milhões de habitantes, sendo a taxa de urbanização de 36,1%. Com a urbanização crescente da população brasileira, essa taxa em 1970 era de 55,9%. Em 50 anos, entre 1950 e 2000, a população urbana aumentou 633,4% e, em 2000, era de aproximadamente 138 milhões, o que corresponde a uma taxa de urbanização de 81,2%. A população urbana aumentou quase três vezes mais do que a população total nesses cinquenta anos. Para esse processo contribuíram o intenso êxodo rural e o grande crescimento vegetativo da população.
No Sudeste, região onde a urbanização é mais intensa, houve aumento relativo de 510% em sua população urbana entre 1950 e 2000, o que em dados absolutos perfaz mais de 54 milhões de pessoas. O Censo 2010 indica que a população brasileira chegou a 190.732.694, um aumento de quase 21 milhões de pessoas, se comparado com a pesquisa realizada em 2000. O Censo 2010 mostra também que a população é mais urbanizada que 10 anos atrás. A taxa fica em 84%.
Os números mostram que, nessas décadas, o Brasil deixou de ser um país rural para ser um país urbano. Essa migração aconteceu porque a população procura as cidades onde são mais significativas as oportunidades de desenvolvimento humano, econômico e social. É o que aponta o economista e gerente de Novas Tecnologias da IBM, Cezar Taurion, em sua série Cidades Inteligentes. Essa mudança, por outro lado, traz impactos na questão da mobilidade urbana, tornando ainda mais urgente um planejamento que considere o uso e ocupação do solo e a logística de abastecimento nas cidades e regiões.
Pesquisa - Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral (FDC), feita em 2011, mostra que cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte ficarão intransitáveis em no máximo 12 anos.
Especialistas dizem que o compromisso público é fundamental para resolver o problema. A pesquisa da FDC aponta que, sem investimentos, São Paulo vai praticamente parar daqui a quatro anos, avenidas do Rio de Janeiro ficarão intransitáveis em oito, Belo Horizonte e Porto Alegre terão lentidão permanente em suas vias daqui a 12 anos, se nada for feito.
A próxima matéria da série sobre mobilidade urbana será publicada na quarta-feira (27/3).
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